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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

BBB, BIALzim, BOnim E A BOMBA


Monique dizendo o que aconteceu.
Ela e Daniel disseram à polícia que o sexo não aconteceu.
Mas, pela lei, de 2009, um beijo forçado já é considerado estupro
Ainda bem que não tem tantas câmeras do BBB nas micaretas.

Este humilde e novo blogueiro ficou matutando esses dias sobre o que aconteceu no BBB.  Não acho interessante o programa e nem gosto de assistir. Sempre imaginei que qualquer pessoa que pode ficar quase quatro meses sem fazer nada, afastada do mundo, tem muito pouco a mostrar. Mas, o jogo virou notícia. E mais uma vez a platinada fez das suas. E as outras tvs abriram uma guerra declarada, com razão, mas também com seus interesses. A tv do Bispo colocou até a sogra do rapaz expulso pra falar. Especialistas em especialidades nenhuma surgiram para fazer análises em cima de suposições. Repercutir reportagens de assuntos sérios com "povo fala" chega a ser uma temeridade. Na platinada o silêncio. Daniel foi para a cova dos leões. Antes de qualquer coisa, julgado e condenado pela emissora. Mas, e a garota?
Não estou aqui defendendo ninguém, mas que eu saiba os dois estavam bêbados, os dois foram com suas perninhas pra cama, os dois fizeram mão naquilo e aquilo na mão, a menina tirou o calção por debaixo da camisola pra dormir,  disse que tava com muito tesão, mas mandou parar e adormeceu.( como podemos ouvir no áudio acima ) Lembra de tudo até adormecer. No outro dia esqueceu , coisa normal pra quem conhece alguém que toma muita vodka. É a tal da amnésia alcoólica. Mas, e o rapaz que bebeu o mesmo, lembra de tudo? Fico imaginando se os dois estivessem sozinhos num quarto de motel depois de ter saído de uma balada... algo teria acontecido? Acha que ao acordar, se eles n estivessem na casa, não fariam sexo que dizem não ter feito? O país tem coisas mais importantes a tratar. Mas, vamos além.

O texto que segue foi um tijolaço( blog do Brizola Neto ) 

Independente da responsabilização daquele rapaz, que depende de prova, há algo evidente: a emissora assumiu o risco, ao promover a embriaguez, a exploração da sexualidade, o oferecimento de “quartos” com cama de casal para manifestação desta sexualidade, a atitude consciente de vulnerar seus participantes a atos não consentidos. 
Ninguém tem nada a ver com o que fazem pessoas maiores fazem em sua intimidade, de forma consentida, se isso não envolve violência.
Niguém tem nada a ver com o direito de pessoas expressarem opinião ou criação artística, independente de se considerar de bom ou mau gosto.
Outra coisa, bem diferente, é utilizar-se de concessões do poder público, como são os canais de televisão, sobretudo os abertos, para promover, induzir e explorar, com objetivo de lucro, atentados à dignidade da pessoa humana.
Não cabe qualquer discussão de natureza moral sobre a índole e o comportamento dos participantes. Isso deve ser tratado na esfera penal e queira Deus que, 30 anos depois, já se tenha superado a visão que vimos, os mais velhos, acontecer em casos como o de Raul “Doca” Street, onde o comportamento da vítima e não o ato criminoso ocupava o centro das discussões.
O que está em jogo, aqui, é o uso de um meio público dedifusão, cujo uso é regido pela Constituição:
Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:
I – preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;(…)
IV – respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.
O que dois jovens, embriagados, possam ou não ter feito no “BBB” é infinitamente menos graves do que o fato de por razões empresariais, pessoas sóbrias e responsáveis pela administração de uma concessão pública fazem ali.
Não adianta dizer que um participante foi expulso por transgredir o regulamento do programa. Pois se o programa consiste em explorar a curiosidade pública sobre comportamentos-limite, então a transgressão destes limites é um risco assumido deliberadamente.
Assumido em razão de lucro pecuniário: só as cotas de patrocínio rendem à Globo mais de R$ 100 milhões. Com a exploração dos intervalos comerciais, pay-per-view, merchandising, este valor certamente se multiplica algumas vezes.
Será que um concessionário de linhas de ônibus teria o direito de criar “atrações” deste tipo aos passageiros, para lucrar?
 É irrelevante a ausência de reação da jovem, ainda que não por embriaguez. Se a emissora provocou, por todos os meios e circunstâncias, a possibilidade de sexo não consentido, é dela a responsabilidade pelo que se passou, porque não adiante dizer que aquilo deveria parar “no limite da responsabilidade”.
Todos os que estão envolvidos, por farta remuneração, neste episódio – a começar pelo abjeto biógrafo de Roberto Marinho, que empresta o nome do jornalismo à mais vil exploração do ser humano – não podem fugir de suas responsabilidades.
Não basta que, num gesto de cinismo hipócrita, o sr. Pedro Bial venha dizer que o participante está eliminado por “infringir as regras do programa”. Se houve um delito, não é a Globo o tribunal que o julga. Não é uma transgressão contratual, é penal.
Que, além da responsabilização de seu autor, clama pela responsabilização de quem, deliberadamente, produziu todas as cirncunstâncias e meios para isso.
E que não venham a D. Judith Brito e a Abert falar em censura ou ataques à liberdade de expressão.
E depois não se reclame de que as demais emissoras façam o mesmo.
O cumprimento da Constituição é dever de todos os cidadãos e muito maior é o dever do Estado em zelar para que naquilo que é área pública concedida isso seja observado.
Do contrário, revoquemos a Constituição, as leis, a ideia de direito da mulher sobre seu corpo, das pessoas em geral quanto à sua intimidade e o conceito social de liberdade.
A Globo sentiu que está numa “fria” e vai fazer o que puder para reduzir o caso a um problema individual do rapaz e da moça envolvidos. Nem toca no assunto.
Tudo o que ela montou, induziu, provocou para lucrar não tem nada a ver com o episódio. Não é a custa de carícias íntimas, exposição física, exploração da sensualidade e favorecimento ao sexo público que ela ganha montanhas de dinheiro.
Como diz o “ministro” Pedro Bial ao emitir a “sentença” global DIZENDO:" o espetáculo tem que continuar. " E é o que acontecerá se nossas instituições se acovardarem diante das responsabilidades de quem promove o espetáculo.
Atirar só Daniel aos leões será o máximo da covardia para a inteligência e a justiça nestes país..

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